15 de maio de 2013

Pequena Nuvem do Tamanho da Mão de Um Homem

 Pequena Nuvem do Tamanho da Mão de Um Homem

 
a pequena nuvem do tamanho da mão de um homem e elias
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A peleja se mostrava ferrenha. Apenas havia terminado a primeira batalha, mas a missão ainda não tinha sido concluída.

Elias, incansável, destruiu todos os profetas de baal, livrando o povo se suas influências pagãs.

Mas somente isto não bastaria para por fim ao sofrimento de Israel. Andavam por aquelas terras, sobreviventes, animais magros, crianças que choravam o leite que suas mães não tinham mais para as alimentar.

Os poços estavam já quase que totalmente secos, caminhava-se bastante por um cântaro de água.
 
Muitos não resistiram à fome e a escassez, milhares faleceram. Terra árida, seca, nada crescia. Pois é assim, o pecado tem suas amargas consequências, e a tudo secava e consumia. Podia-se ouvir um lamento em Israel, um pedido, um clamor pelo antigo refrigério que descia do céu, no passado.
  As pessoas constantemente olhavam para o céu em busca de um sinal de esperança, e se perguntavam, será que é hoje? Será que ela vem? Chuva era sinal de benção, de prosperidade, mas a idolatria levou o povo de Deus à ruína e a miséria.
De Gaza a Jaffa, a planície marítima com seus imensos campos de trigo; os célebres pastos da planície de Sarom, o vale de Siquém, a meseta de Basã, os campos de Esdrelom, os hortos que cercavam Jericó, o cultivo de cevada, lentilhas, gergelim, alfafa, milho, abóboras, tudo havia secado e queimado pelo calor do sol.

Há Ruído de Abundante Chuva

E amanheceu aquele dia como os demais, céu azul, sol escaldante, solo seco, sem vida. Enquanto muitos se desesperavam na sua dificuldade, Elias, profeta do Senhor, avisa ao rei Acabe, "já ouço um ruído de muita chuva". Era a fé que o fazia crer no impossível.
"Então disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque há ruído de uma abundante chuva." 1 Reis 18:41
O profeta ainda não tinha parado, continuava na luta contra as forças do mal. Ele conhecia a necessidade do povo, e volta a subir ao cume do Carmelo para falar com Deus.
Logo à frente do monte Carmelo estava o mar mediterrâneo, e Elias servo obediente, que havia passado por tantas intempéries da vida, fugindo e se escondendo, contando com o livramento de Deus para não ser morto. Agora ele chega àquele ponto, com seu coração quebrantado, vindo do ápice de uma batalha que durava já quase quatro anos.
Porém ele tinha fé, e sabia que o Senhor estava prestes a acabar com aquele sofrimento, e que o basta de Deus estava determinado. Ainda que o sol e céu não dessem a mínima aparência de que algo iria mudar, ainda que as circunstâncias daquele dia em nada indicassem melhora.
Ainda assim, Elias creu no Senhor e nas suas palavras. E ele em sua humildade, se inclina sobre si mesmo e ora ao eterno e único Deus.
"mas Elias subiu ao cume do Carmelo, e se inclinou por terra, e pôs o seu rosto entre os seus joelhos." 1 Reis 18:42 

Eu Vejo Uma Pequena Nuvem

O profeta chama a seu servo, e o manda ir mais adiante, de onde pudesse ver o mediterrâneo. E ele foi, e ao longe, contemplava o horizonte, onde céu e mar pareciam se unir em um contínuo e límpido azul. Nenhuma nuvem, nenhum sinal de chuva.
Mas Elias sabia que tudo aconteceria no tempo de Deus, era necessário fé e insistência. Por isso ele volta a orar e ordena que seu servo retornasse a olhar o céu por sete vezes.
"E disse ao seu servo: Sobe agora, e olha para o lado do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não há nada. Então disse ele: Volta lá sete vezes." 1 Reis 18:43
A notícia que Elias recebe de seu servo demanda fé. A nuvem avistada subindo do mar era pequena, "como a mão de um homem", mas este era o sinal do início da manifestação de Deus à oração do seu profeta.
Pela meteorologia, uma nuvem do tamanho da mão de um homem nada podia representar em termos de mudança climática, porém Elias já enxergava uma grande e abundante chuva, que encheria os poços, e regaria toda terra, trazendo alívio, crescimento das sementes e fartura e prosperidade ao povo de Deus.
E sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem, subindo do mar. Então disse ele: Sobe, e dize a Acabe: Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva não te impeça. 1 Reis 18:44
Gradualmente aquela pequena nuvem se fortaleceu, se multiplicou e encheu o céu. A chuva de bençãos voltava a se derramar sobre Israel. Quanta alegria, muitos ajoelhados choravam e agradeciam! Deus não havia abandonado o seu povo.
Nasce um novo cântico de louvor na boca dos israelitas, a vida voltava a brotar na terra prometida, era a chuva do Senhor, a chuva de bençãos finalmente chegou! Multidões saem as ruas pulando e salmodiando em meio ao aguaceiro e chuvarada de Deus!
"E sucedeu que, entretanto, os céus se enegreceram com nuvens e vento, e veio uma grande chuva; e Acabe subiu ao carro, e foi para Jizreel." 1 Reis 18:45
 A Pequena Nuvem de Elias Se Transforma em Chuva de Bençãos. 

O Que Você Vê?

A visão de vida do profeta Elias até aquele ponto da história era excepcional. Ele passou por extrema dificuldade, esteve exilado, sofreu perseguições, corria o risco de perder a própria vida. Mas não desanimou, e Deus operou milagres tremendos nos dias do "deserto de Elias".
Elias conseguia ver o propósito maior em sua vida. Ele via além das adversidades, além dos dias maus. E confiava na providência divina. Os olhos são as janelas da alma, a forma como vemos o mundo pode nos projetar a vitórias ou derrotas.
O modo como percebemos a vida traz muita influência em nossas ações. Tudo que fazemos passa pelo processo mental primeiro. Um pensamento positivo, aliado à confiança em Deus é sempre edificante. Mas se formos fracos em nossa fé, a nossa força será pequena.
Porém se entendermos a vida como uma grande oportunidade de praticar o bem, ajudar ao próximo e viver em fé e amor, acumulando recompensas eternas do justo galardoador, e buscarmos forças no Senhor, poderemos alcançar grandes vitórias.
"Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!" Mateus 6:23
Muitas vezes queremos ver uma manifestação imediata de Deus na nossa vida, mas até com o profeta Elias o milagre aconteceu de forma gradual. Ele teve que orar e insistir, e quando foi atendido, viu apenas um sinal, uma nuvem com a mão de um homem.
A fé de Elias é que o fazia já sentir que o temporal, a chuvarada de Deus se aproximava.
É fundamental também, enxergarmos a nós mesmos, agindo no sentido de mudar, naquilo que nos é possível no momento, a nossa visão de vida. Precisamos ler os sinais de Deus pra nós, e tomar decisões procurando melhorar as nossas atitudes, tentando enfrentar as nossas imperfeições de caráter, para vermos que a vida é um ato de fé.
O justo viverá por fé!
Vale a pena começar uma mudança interior. A prática na direção libertadora, por mais longo e trabalhoso que seja o caminho, como foi o de Elias, nos levará a compreensão melhor de Deus e nos fará crescer espiritualmente.

8 de maio de 2013

A FIGUEIRA SECA


                                                         A FIGUEIRA SECA
 a figueira seca com folhagens antes do tempo
 O episódio da figueira estéril que ficou totalmente seca, aconteceu após a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.

Em Marcos 11:12-24 vemos que Jesus voltou para Betânia. Na segunda-feira de manhã, o Mestre retorna com seus discípulos a Jerusalém.

Jesus vinha de um dia de intenso gasto de energias, a sua entrada em Jerusalém havia causado muita repercussão. Depois do cansaço e das emoções do dia anterior, no caminho de volta a cidade santa, o Mestre teve fome.
E à beira do caminho, a uma certa distância, uma figueira coberta de folhagens, de forma precoce, pois era primavera, chamava a atenção de Jesus. E o Mestre se aproxima desta figueira para ver se acharia algum figo e se alimentar, mas encontra somente folhas.
"E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome." Marcos 11:12
E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos." Marcos 11:13
Naturalmente, a figueira apresenta seus frutos bem antes de se cobrir de folhas. E em Jerusalém, os primeiros figos, também chamados de bêberas, só amadurecem após o mês de junho. E os figos de verão não amadurecem antes de agosto. Por isso Marcos afirma que não era tempo de colher figos.
Porém a folhagem exuberante que a figueira estéril apresentava, poderia ser um sinal de que a árvore estava em terra muito fértil, e de alguma forma pudesse ter já alguns frutos maduros.
Mas era pura aparência, a figueira estéril não possuía fruto algum.
 A Figueira Seca Tinha Apenas Aparência
A figueira estéril tinha toda a aparência de uma árvore frutífera. Suas folhagens atraíam os desavisados, praticando assim um tipo de "farisaísmo vegetal". Tinha aparência de ter, mas não tinha. Parecia ser, mas não era.
E enganava, iludia, passava por algo que não era, que não possuía. O exterior estava lindo, cheia de folhas verdinhas, enquanto que as outras árvores, devido a estação do ano, estavam todas peladas, sem folhas alguma.
E Jesus agindo como se a figueira fosse um ser dotado de inteligência e vontade próprias, profere contra ela uma grave sentença:
"E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isto." Marcos 11:14
Interessante que o Mestre, contra as outras figueiras, que estavam sem folhas e sem frutos, de nada reclama. As outras figueiras estavam sem frutos, porém apresentavam sua imagem verdadeira, sem querer se passar por algo que não eram. Estavam sem folhagens; quem as vissem saberiam que não encontrariam figos nelas.
Afinal, não era tempo de figos, não havia nada de errado em não apresentar frutos, pois não estava na época certa.
 Por Não Apresentar Frutos, A Figueira Estéril Ficou Seca Até As Raízes.  
E no dia seguinte, na terça-feira os discípulos notam que a figueira estéril tinha se tornado em figueira seca, desde as suas raízes.
"E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes." Marcos 11:20
"E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira, que tu amaldiçoaste, se secou." Marcos 11:21
E esta maldição contra a figueira seca, sem dúvida tem uma simbologia semelhante a de uma parábola. A nação judaica apesar de contar com tantos favores divinos através dos séculos, tantos milagres e livramentos.
Apresentava sob sua cultura, uma aparência religiosa e superficial, mas infelizmente, desprovida de frutos de arrependimento. E Jesus, o supremo agricultor anuncia que usará o machado para cortá-la.
Não adianta parecer santo, como os fariseus e os religiosos de Israel faziam. Eles queriam ser vistos pelos homens como melhores, mais justos, mais adoradores, que oravam mais, que jejuavam mais, que se sacrificavam mais.
Até suas vestes eram "melhores", só andavam em compahia dos "mais santos". Viviam em busca da aparência, do louvor dos homens; suas folhagens estavam "verdinhas", muito exuberantes.
Mas neles nunca se encontravam os frutos do amor, do perdão e da misericórdia. Só acreditavam em sacrifícios e punições.
O que no final, terminava tudo no "EU". "Eu" jejuei; "Eu" orei; "Eu" sacrifiquei; "Eu" sou santo, então "Eu mereço".
Por não reconhecerem seus pecados, o fruto do arrependimento, estavam sendo rejeitados por Deus. Por que as obras tem que ser feitas em amor.

Fruto Certo no Tempo Certo

Ninguém pode enganar a Deus. O homem é que se engana a si mesmo. Deus conhece o coração humano, Ele sabe das suas intenções. Não se pode viver de aparências. Temos que "ser" em essência.
Para tudo há um tempo determinado. O erro da figueira seca, não foi estar desprovida de frutos, pois não era tempo de dar frutos naquele momento. Mas o problema foi querer ser mais, ou parecer ser mais do que as outras figueiras, sem ser.
Somos todos filhos do nosso Pai celeste, somos iguais. E se nos submetermos em amor às águas do Espírito Santo, em igualdade, em irmandade, Ele o nosso agricultor, cuidará de nós, para que no tempo certo, apresentemos nossos frutos de amor.
No tempo certo, de tempos em tempos, frutificai.
"Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança." Gálatas 5:22